a peça
Escrita e dirigida por: Rodrigo Portella
Com Bruna Portella, Luan Vieira, José Eduardo Arcuri, Marcos Acher, Ricardo Gonçalves, Suzana Nascimento, Tairone Vale, Verônica Rocha e Vivian Sobrino.
Co-direção: Leo Marvet
Após a morte de uma das irmãs, uma inesperada crise se instala na família. A ausência de Alice acaba desencadeando uma série de acontecimentos que revelam a precariedade das relações que se estabeleceram ao longo da vida dentro daquela velha casa.
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Desenvolvida por Rodrigo Portella com colaboração da Cia Cortejo, a dramaturgia do espetáculo é antes de tudo um resgate das memórias de infância do autor. Nascido e criado no pequeno município fluminense de Três Rios, Rodrigo se vale das recordações a cerca de sua própria família: " Quando eu era criança, minha mãe era só a minha mãe. Toda aquela família encharcada de tios e primos de variados graus pareciam, aos meus olhos, tipos bem definidos: o tio bonachão, o primo esperto, a avó afetuosa, o pai que me roubava a mãe às madrugadas, o irmão que era o meu avesso, o padrinho e seus extraordinários presentes de aniversário, a prima a quem todos os primos fingiam namorar... Tudo parecia estável, eterno e definitivo. Só mais tarde, bem mais tarde mesmo, fui perceber que aquelas pessoas eram muito mais complexas. Me dei conta que o que eu enxergava antes era só uma pontinha de um volumoso e assustador iceberg. "Alice Mandou um Beijo" é um resgate ficcional das minhas memórias de infância. Acredito, que só agora, aos 40 anos, é que começo a entender que o sentido de HUMANIDADE está potencialmente relacionado à palavra CONTRADIÇÃO. "
Quando a peça começa Alice já está morta. O público não a conhece pelo que ela é, mas pelo que descrevem dela. Paradoxalmente, Alice está viva dentro da casa. Todos falam dela todo o tempo, vestem suas roupas, executam suas tarefas, tentam assumir o seu lugar. O eixo dramático está nas delicadas decisões dos personagens diante da “ausência” de Alice, uma espécie de representação da coerência familiar. Alice é quem dava sentido àquela convivência. Diante de sua morte, as relações se refazem, se transformam instáveis e até mesmo impossíveis.
A respeito da encenação, que Rodrigo divide com o diretor Léo Marvet, pode-se dizer que o essencial continua sendo a mais importante ferramenta estética da Cia Cortejo. A simplicidade da encenação reforça o interesse da companhia em apostar no encontro honesto entre ator e espectador.
Texto e direção: Rodrigo Portella
Co-direção: Leo Marvet
Elenco: Bruna Portella, Jose Eduardo Arcuri, Luan Vieira, Tairone Vale e Vivian Sobrino.
Iluminação: Renato Machado
Figurinos: Daniele Geammal
Cenografia: Raymundo Pesine
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Projeto Gráco: Raul Taborda
Fotos: Renato Mangolin
Direção de Produção: Rodrigo Portella
Produção e Realização: Cia Cortejo
Todos os direitos reservados.